terça-feira, 31 de maio de 2016

EU SOU A FÚRIA / I AM WRAITH ( 2016) - ESTADOS UNIDOS



DUPLO IMPACTO

Os índices de criminalidade aumentaram significativamente. As autoridades culpam gangues que estariam mais armadas. O governador vende a propaganda de que tudo melhorou, mas é questionado pela construção de um oleoduto. Stanley Hill (John Travolta) volta de uma viagem e sua esposa, Vivian Hill (Rebecca De Mornay), vai buscá-lo no aeroporto. No estacionamento o casal é abordado por um homem que simula pedir um trocado, mas na verdade trata-se de um assalto. Stanley é espancado e Vivian morta. Na delegacia ele reconhece o homem  que lhe abordou, mas o suspeito é solto por falta de evidências. Stanley não aceita a falta de empenho da polícia e resolve que agirá por conta própria. Mas o aparente pacato homem de família é um homem perigoso, com o passado nebuloso. Com a ajuda de Dennis (Christopher Meloni) que é dono de uma barbearia, mas também não é o que aparenta forma-se uma dupla que não atuava junta havia quase 20 anos, mas que se separou por desavenças. Essa dupla entrará fundo no submundo local e Stanley irá até as últimas consequências para obter justiça que, para Dennis, tem o nome de vingança. Só que os dois descobrirão fatos desconhecidos do grande público que comprometem figuras importantes da cidade.


Escrito para Nicholas Cage, "Eu Sou a Fúria", traz John Travolta na pele do justiceiro capaz de tudo para cumprir sua vingança. O filme lembra de imediato os filmes do ator Liam Neeson, que conseguiu boas bilheterias com seus “Busca Implacável”. Mas "Eu Sou a Fúria" é uma versão melhor ou pior dos “Desejos de Matar” de Charles Bronson que gerou tantos filmes de vingadores solitários? Sim e Não. Quem assistiu "Harry Brown" (com Michael Caine), "Valente" (Jodie Foster), "Sentença de Morte" (com Kevin Bacon) e outros tantos sabe que o tema sempre atrai novas versões e nem atores consagrados escapam dessa “vontade” de bancar o justiceiro. "Eu Sou a Fúria" bebe dessa fonte sim, mas pode ser um atrativo bem interessante se quem se interessar em assisti-lo gostar do gênero. A crítica compara este filme com “De Volta ao Jogo” (John Wick), com Keanu Reeves, onde, por exemplo, o protagonista pega suas armas escondidas para fazer justiça. A comparação fica a critério de quem quiser assistir aos filmes e tirar suas próprias conclusões.


John Travolta parece, a princípio, ser a pessoa mais improvável para este tipo de filme, mas o experiente diretor Chuck Russell de filmes como “A Hora do Pesadelo 3”, “Queima de Arquivo”, "Filha da Luz” e “O Escorpião Rei” sabiamente não transformou o personagem de Travolta em um Liam Neeson ou no agente Bourne de Matt Damon.  Stanley é um homem treinado com armas e combate (mas fora do meio há anos), mas já não é tão rápido com as mãos. Sobra habilidades com as armas e muita disposição. Já seu parceiro Dennis é visivelmente um homem letal (percebe-se na excelente cena de combate na barbearia). Ele se dispõe a ajudar por achar que deve algo a seu antigo companheiro de ação. Possui habilidade de combate, tiro e ainda está “ativo” de certa forma. Para contrapor temos Lemi K (Paul Sloan), um poderoso traficante local, que possui um segredo que coloca a polícia em suas mãos e não está nada contente em ver seu grupo diminuir de forma progressiva nas mãos da dupla justiceira.


O que justifica a apreciação do filme? Apesar do enredo ser mais do que banal, uma colcha de retalhos de vários filmes, a coisa toda funciona por alguns bons motivos. Primeiro a direção segura de Chuck Russel que se aproveitou de uma montagem inteligente, dando um bom ritmo ao filme. Montagem essa que utilizou também em Travolta, dando cortes rápidos nas cenas de luta, tornando Stanley um homem com perícia em combate. A escalação de Christopher Meloni (Dennis) é uma incógnita. Não dá para saber se acharam que Travolta não daria conta do recado sozinho ou inovaram e colocaram dois justiceiros. Independente de qual seja a resposta, o ator é o grande responsável pelo filme funcionar. Toda vez que surge na tela, o ator dos seriados “OZ” e “Lei e Ordem: Unidade de Vítimas Especiais”, rouba as cenas e coloca Travolta, em determinados momentos, como um coadjuvante. O que poderia ser muito ruim para um filme funciona a contento e a dupla rende alguns momentos bem interessantes. Stanley é emoção. Dennis lógica.  Outro ator  que faz um bom papel é Paul Sloan com o seu traficante Lemi K. Um vilão que prende a atenção, mesmo que atue mais nos bastidores. Se o vilão é fraco, um filme não funciona. Outra surpresa é a presença da atriz Rebecca De Mornay (“A Mão Que Balança o Berço”), em uma rápida aparição, quase irreconhecível.


"Eu Sou a Fúria" consegue seu objetivo: entreter os apreciadores desse gênero. Não é um top de linha, mas dá o seu recado com um Travolta com maquiagem pesada para disfarçar os seus 62 anos e um cabelo pra lá de estranho. Tem alguns momentos, principalmente a parte perto do final, que exige certa benevolência do espectador para aceitar algumas situações. Apesar de seus prós e contras “Eu Sou a Fúria”, o título se explica em dois momentos: quando Stanley lê a bíblia e quando é tatuado, pode ser um passatempo bem interessante desde que não levado muito a sério. Gera até uma curiosidade de se assistir a uma continuação.


 Trailer:







Curiosidades: 
Paul Sloan, que faz o vilão, foi coautor do roteiro.

Diz-se que é o filme favorito do roteirista Justin Lader e até o inspirou a fazer uma tatuagem nas costas "I AM WRATH", idêntica à que Travolta faz no filme.

Nicolas Cage foi originalmente escalado para interpretar o papel principal, mas desistiu devido a vários atrasos nas filmagens. John Travolta o substituiu.

O custo do filme ficou em $18.000.000.

O filme seria originalmente dirigido por William Friedkin (Exorcista) e a estrela Nicolas Cage. Problemas de produção forçaram Cage e Friedkin a partir. No final de fevereiro de 2015, John Travolta estava em negociações para o papel principal.

A frase que Stanley lê na bíblia é : "But I am full of the wrath of the LORD, and I cannot hold it in." que o filme cita como: "mas a fúria do Senhor dentro de mim transborda, já não posso retê-la" (Jeremias 6:11,12)

O personagem Stanley (Travolta) passa por experiências muito semelhantes às de John Wick no primeiro filme "John Wick (2014)". 1) Ambos se aposentaram de seus empregos anteriores depois que encontraram o amor de suas vidas. 2. Ambos voltaram por causa de um evento que causou a morte de alguém de quem gostam. Em John Wick, foi a morte de seu cachorro que sua esposa comprou para ele depois que ela faleceu, enquanto neste filme foi a morte da esposa de seu Stanley. 3. Ambos os personagens esconderam sua identidade secreta do público e dos malfeitores, mas depois do evento você descobre quem esses personagens realmente foram em suas vidas passadas. 4. Ambos os personagens devem quebrar uma parte de sua casa para recuperar as armas que esconderam. John wick teve que quebrar seu chão de concreto com uma marreta, enquanto Stanley quebrou a parede de seu armário para pegar suas armas. 5. Ambos os personagens acabam obtendo a vingança que buscavam.

O slogan do filme, "Eu coloco minha vingança sobre eles", é uma referência direta a uma frase freqüentemente falada por Samuel L. Jackson em "Pulp Fiction", no qual Travolta co-estrelou.

Rebecca De Mornay participou do vídeo "Sara" do grupo Starship no início da carreira. Veja o Clip:



 

Bibliografia Parcial:

John Travolta:










Carrie, a Estranha (1976); O Rapaz da Bolha de Plástico (1976); Os Embalos de Sábado à Noite (1977); Grease: Nos Tempos da Brilhantina (1978); Cowboy do Asfalto (1980); Um Tiro na Noite (1981); Os Embalos de Sábado Continuam (1983); Embalos a Dois (1983); Perfeição (1985); Olha Quem Está Falando (1989); Olha Quem Está Falando Também (1990); Olha Quem Está Falando Agora! (1993); Pulp Fiction: Tempo de Violência (1994); A Cor da Fúria (1995); A Última Ameaça (1996); Fenômeno (1996); A Outra Face (1997); A Qualquer Preço (1998); A Filha do General (1999); A Senha: Swordfish (2001); Violação de Conduta (2003); O Justiceiro (2004); Motoqueiros Selvagens (2007); O Sequestro do Metrô 123 (2009); Eu Sou a Fúria (2016); American Crime Story: O Povo Contra O.J Simpson (minissérie 2016); Gotti (2018); Speed Kills (2018); Trading Paint  (2019); The Poison Rose (2019)

Christopher Meloni










Júnior (1994); Os 12 Macacos (1995); Medo e Delírio (1998); Noiva em Fuga (1999); Vírus (2009); O Homem de Aço (2013); Sin City: A Dama Fatal (2014); Eu Sou a Fúria (2016); Marauders (2016); Assalto ao Poder (2016); Quase Amigos (2016); Underground: Uma História de Resistência (seriado 2016-2017); Viagem das Loucas (2017); O Conto da Aia (seriado 2019); Lei e Ordem: Crime Organizado  (seriado 2021-2022); Lei & Ordem: Unidade de Vítimas Especiais (seriado 1999-2022); Jessica Jones (seriado 2015-2019); She Ball (2020)

Rebecca De Mornay










O Fundo do Coração (1981); Negócio Arriscado (1983); Herança Nuclear (1983); Expresso Para o Inferno (1985); O Regresso para Bountiful (1985); Deu a Louca nas Federais (1988); Backdraft - Cortina de Fogo (1991); A Mão Que Balança o Berço (1992); Chantagem Fatal (1993); Os Três Mosqueteiros (1993); Louca Obsessão (1999); Salem Witch Trials (2002); Os Reis de Dogtown (2005); Penetras Bons de Bico (2005); 1303 - Apartamento do Mal (2012); Eu Sou a Fúria (2016).

quinta-feira, 26 de maio de 2016

INTOCÁVEL: A HISTÓRIA DE DREW PETERSON / UNTOUCHABLE: THE DREW PETERSON STORY (2012) - ESTADOS UNIDOS




UM HOMEM QUE SE CONSIDERAVA INTOCÁVEL

Drew Peterson (Rob Lowe) é um policial em seu terceiro casamento, com Kathleen Savio (Cara Buono), um relacionamento conturbado, na qual a esposa procura desesperadamente uma separação, pois já não suporta as traições do marido. Drew, em uma ocorrência policial, conhece a jovem e atraente Stacy Peterson (Kaley Cuoco) que sente uma atração imediata pelo sargento. Logo o novo casal passa a se relacionar. Stacy revela estar grávida e Drew resolve que está na hora de ir para o seu quarto matrimônio, mesmo a contragosto da família Stacy. Quando Katleen informa que aceita o divórcio vem a informação de que brigará pelos 50 % do patrimônio. Drew aceita. Separa-se e casa com Stacy.

 
Meses depois, Kathleen é encontrada morta na banheira e o legista constata ter sido morte acidental. A irmã de Kathleen o acusa pela morte “acidental”. Drew fica com os dois filhos do antigo matrimônio e agora possui mais dois com Stacy. O tempo passa e o ciúme doentio e a insegurança de Drew minam o casamento. Stacy passa a ser “monitorada” de todas as formas: tem que responder as ligações do marido até  o terceiro toque e tem seu telefone acessado à procura de algo que a denuncie. Quanto Drew tenta ler seus e-mails, ela percebe que ele passou dos limites e reage, sofrendo uma agressão durante uma festa em casa,  presenciada por sua melhor amiga, Karen Chojnacki (Catherine Dent). O clima passa a ficar sufocante e Stacy percebe que tudo que disseram a respeito do marido era verdade e que sua família, afinal, estava com razão em não aprovar seu casamento. 


Em uma manhã, Drew relata o misterioso desaparecimento da esposa à polícia, informando que, possivelmente,  o largara para viver uma aventura extraconjugal ou o fazia para puni-lo. Karen, porém,  acha estranho que Stacy tenha fugido de casa sem levar os filhos que tanto amava. Os dias passam e Drew, considerado suspeito do assassinato, mantém-se firme na afirmação do desaparecimento voluntário da esposa. As semanas passam e Drew vira alvo da mídia, que vê nele um motivo para alavancar audiência. Todos os dias há um batalhão de repórteres à sua porta, enquanto Drew continua sustentando sua versão dos fatos. 


Drew não consegue ficar muito tempo sem uma mulher ao seu lado e consegue uma nova conquista: uma mãe solteira atrás de um relacionamento sério. Mesmo com acusações por todos os lados ele convence a jovem, que tem a mesma idade de sua esposa desaparecida, 23 anos, de que é vítima de uma campanha difamatória de sua vizinha e da irmã de sua terceira esposa. Até que novos elementos surgem em cena.

 
Intocável: A História de Drew Peterson é um telefilme eficiente, de 2012, que agitou a mídia americana em 2007 quando sua quarta esposa,  Stacy Ann Cales Peterson, com quem casara em 2003, desapareceu em circunstâncias misteriosas. Intocável pode ser considerado uma boa mistura de suspense / drama conduzido pelo diretor Mikael Salomon, um diretor de seriados e telefilmes, mas com um bom currículo no cinema como Diretor de  Fotografia (“Um Sonho Distante”; “Backdraft - Cortina de Fogo”, “Aracnofobia”, “O Segredo do Abismo” entre outros). Aqui o dinamarquês Mikael Salomon atuou como coprodutor. A história é bem conduzida, mostrando a face de Drew Walter Peterson, um policial de Illinois, Chicago, que vê a vida de seu ponto de vista: suas mulheres são sempre suspeitas de estarem cometendo traição, quer seja em pensamentos ou em atitudes. Seu caráter intimidador mantém, até certo limite, suas mulheres ao seu lado. 


O filme trata Drew como um conquistador para os amigos. Alguém que sempre casa com a mulher que deseja. Mas, para o espectador, revela outra face deste homem: um homem inseguro, que se esconde atrás de uma falsa máscara de segurança. Uma pessoa que busca (conforme a fala de um dos personagens) mulheres jovens, emocionalmente carentes, fragilizadas ou com problemas familiares. Sua percepção baseia-se no estudo do comportamento corporal, onde consegue traçar a personalidade de sua pretensa conquista. Drew é um homem que  não deseja ser contrariado, seja por seus amigos ou por suas esposas.


O filme tem pontos positivos e negativos. O ponto positivo é mostrar de uma forma linear como os acontecimentos ocorreram. A direção não fez mistério para que lado tomou. Desde o início sabemos que Drew é culpado. Como conseguirão prendê-lo é o ponto central deste filme, assim como, a descrição de sua personalidade ao longo da projeção. Para quem nunca leu sobre o caso, o filme é muito interessante. Para quem acompanhou pelos noticiários (neste caso o povo americano), a impressão pode ser bem diferente. Isso acontece porque há uma óbvia comparação do personagem real com o traçado pelo filme, mas para quem mora em outros países a referência é, sem dúvidas, o filme. Se o ator se parece com a pessoa real, se fatos relevantes foram omitidos não temos como saber realmente (ao contrario dos que acompanharam os noticiários). Logo a percepção apenas pelo filme, o torna um passatempo bem interessante. O espectador já sabe da culpabilidade de Drew, bem diferente do filme “A Garota Exemplar” em que o protagonista pode ser ou não o culpado. Então não há uma história que leve o espectador ponderar sobre a inocência de Drew. Um ponto negativo é que o filme também não explica como foi sua criação e como eram os seus relacionamentos com a primeira e segunda esposas, bem como, porque se separou delas. Um ponto que deveria ser, ao menos, citado.


O elenco está muito bem. Fisicamente, Rob Lowe é bem diferente de Drew, mas o ator, que era uma das grandes promessas de Hollywood, quando jovem, até se envolver em escândalos, consegue uma atuação firme passando a personalidade de seu personagem de uma forma bem destacada. Lowe sempre foi um bom ator, que acabou não emplacando, aparecendo em bons filmes, mas em papéis menores. Atualmente o ator parece estar conquistando seu espaço em papéis voltados para seriados e telefilmes, que cada vez torna-se um segmento rentável para os atores. Há algumas décadas atrás havia uma divisão entre atores televisivos e cinematográficos. Muitos almejavam a telona, poucos se sujeitavam a traçar o caminho inverso.


O restante do elenco está ótimo, com destaques para as atrizes que dão um show à parte. Temos alguns atores conhecidos em pequenos papéis como William Mapother (do seriado "Lost" e do interessantíssimo filme  A Outra Terra”) e James Karen (como o padre), ator com participações em várias produções como: “A Volta dos Mortos Vivos” (1985); “Wall Street - Poder e Cobiça” (1987) e “À Procura da Felicidade” (2006).
Intocável: A História de Drew Peterson surpreende por ser uma produção bem acima da média, com o cuidado necessário para fazer-se notar na miríade de produções televisivas e cinematográficas que chegam diariamente.


Trailer:





Curiosidades:
Drew Peterson cumpre uma pena de 38 anos pelo assassinato de sua terceira esposa, mas nunca admitiu ter assassinado a quarta esposa. O corpo nunca foi encontrado.

Há três dias, um site americano lançou novas informações sobre o caso com a revelação de uma nova testemunha culpando Drew pelo assassinato. Link da reportagem (em inglês):

Rob Lowe já foi nomeado a 6 Golden Globes (O Oscar da Tv)


Filmografia Parcial:

Rob Lowe
Vidas Sem Rumo (1983);  Uma Questão de Classe (1983); Um Hotel Muito Louco (1984); O Primeiro Ano do Resto das Nossas Vidas (1985); Veia de Campeão (1986); Sobre Ontem a Noite... (1986); A Farsa (1988); Quanto Mais Idiota Melhor (1992); Ameaça Nuclear (1996); Austin Powers: O Agente 'Bond' Cama (1999); Tentação (2000); Austin Powers em o Homem do Membro de Ouro (2002); Intocável: A História de Drew Peterson (2012); Jogos de Interesses (2012); O Julgamento de Casey Anthony (2013);  Minha Vida com Liberace (2013); Quem Matou Kennedy? (2013); Parks & Recreation: Confusões de Leslie  (seriado 2010 -2015);  The Grinder (seriado 2015-2016);  Como se Tornar um Conquistador (2017); Super Tiras 2 (2018); Código Negro (seriado 2016 -2018); Tara Maldita (2018); Resgate do Coração (2019); 9-1-1: Lone Star (seriado 2020 -2022);  Dog Gone (2022)


Kaley Cuoco
Assassino Virtual (1995); A Face Oculta (1998); Halloween Macabro (2004); The Penthouse (2010); Intocável: A História de Drew Peterson (2012).

Cara Buono

Gladiator - O Desafio (1992); Confissões de um Assassino (1995); Tempo de Decisão (1995); Hulk (2003); Deixe-me Entrar (2010); Intocável: A História de Drew Peterson (2012); Cidades de Papel (2015).
 
Catherine Dent
O Indomável - Assim É Minha Vida (1994); Alguém Como Você (2001); Replicante (2001); Cine Majestic (2001); 21 Gramas (2003); O Mistério de Natalee Holloway (2009); Sequestro Relâmpago (2011); Intocável: A História de Drew Peterson (2012).

William Mapother:
Nascido em 4 de Julho (1989); Prova de Fogo ou Prefontaine: Um Nome Sem Limites (1998); Magnólia (1999); Missão: Impossível 2 (2000); A Senha: Swordfish (2001); Vanilla Sky (2001);O Grito (2004); Os Reis de Dogtown (2005); Escavadores (2008); A Outra Terra (2011); Intocável: A História de Drew Peterson (2012); O Universo no Olhar (2014); O Misterioso Caso de Judith Winstead (2015).

James Karen
Hercules in New York (1970);  Meu Pai, um Estranho (1970); Todos os Homens do Presidente (1976); Capricórnio Um (1977); F.I.S.T. (1978); O Instituto da Vingança (1979); Síndrome da China (1979); Nasce um Cantor (1980); Poltergeist: O Fenômeno (1982); Time Walker (1982); Frances (1982); A Volta dos Mortos Vivos (1985); O Fio da Suspeita (1985); Invasores de Marte (1986); Aventuras no Paraíso (1986); Wall Street: Poder e Cobiça (1987); A Volta dos Mortos Vivos 2 (1988); Como Agarrar um Magnata (1990); The Closer (1990); O Bebê Maldito (1991); A Vingança dos Nerds 4: Os Nerds Também Amam (1994); Congo (1995); Nixon (1995); Íntimo & Pessoal (1996); Missão: Resgate Impossível (1997); Duplo Engano (1997);  Cicatrizes do Passado (1997); Segredos de um Crime (1998); O Aprendiz (1998); Um Domingo Qualquer (1999); 13 Dias que Abalaram o Mundo (2000); Cidade dos Sonhos (2001); À Procura Da Felicidade (2006); João e o Pé de Feijão (2009); O Enviado (2010);  Intocável: A História de Drew Peterson (2012); Cynthia (2018)

domingo, 22 de maio de 2016

RUNAWAY - FORA DE CONTROLE / RUNAWAY (1984) - ESTADOS UNIDOS


MAGNUM  E  KISS

Em um futuro não mundo distante (o futuro que anos 80 projetavam) as máquinas foram inseridas no cotidiano dos cidadãos, fazendo diversas tarefas. Com esse avanço, vieram os problemas, com máquinas que apresentam defeitos e atacam seus criadores. Para capturar ou neutralizar essas máquinas, foi criada uma divisão especial, encarregada de solucionar tais problemas. À frente da equipe temos o sargento Jack Ramsay (Tom Selleck) e seu ajudante Marvin  (Stan Shaw), este  último, trabalhando internamente na avaliação das máquinas capturadas. 


A policial Thompson (Cynthia Rhodes) chega em seu primeiro dia para trabalhar com o Jack externamente. A dupla descobre que um homem pode estar por trás de alguns assassinatos estranhos, tendo desenvolvido uma estranha arma que, ao ser disparada, faz com que a bala persiga sua vítima. Essa novidade, nas mãos de pessoas erradas, poderá mudar completamente a sociedade. Jack e Thompson descobrem que este homem é Luther (Gene Simmons), um  cientista que não hesita em liquidar qualquer um que atrapalhe seus planos. Quando a dupla consegue se apossar de uma das matrizes das balas de Luther, passam a ser o alvo do perigoso criminoso.


Runaway - Fora de Controle é uma produção bem típica dos anos 80: heróis idealistas, vilões caricatos, histórias carentes de bom senso, uma pitada de romance e muita correria. Esta produção tem tudo isso e funciona como um bom passatempo. Se a história é batida, o elenco é o grande chamariz da produção. Tom Selleck (“Três Solteirões e Um Bebê” e a série “Jess Stone”) vinha participando de sua famosa série Magnum (1980 -1988), logo aproveitar seu sucesso era uma aposta mais do que acertada para o filme. Gene Simmons nada mais é do que o vocalista da famosa banda de Heavy Metal "KISS", em seu segundo papel no cinema (o primeiro foi "Kiss e o Fantasma das Trevas" (título da tv) “KISS Meets the Phantom of the Park” de 1978) fazendo um perigoso psicopata. Cynthia Rhodes era um rosto bem conhecido: vinha do clip "Woman in You" do Bee Gees e do filme “Os Embalos de Sábado À Noite Continuam”, onde fazia par com John Travolta. Posteriormente, seria lembrada pelo mega sucesso “Dirty Dancing: Ritmo Quente” ao lado de Patrick Swayze (1952 - 2009). Kirstie Alley era conhecida por sua participação em “Jornada nas Estrelas II - A Ira de Khan”, como a linda tenente vulcana Saavik. Depois faria um classicão da "Sessão da Tarde" chamado “Curso de Férias ” ou “Curso de Verão” e ficaria famosa ao lado de John Travolta na trilogia “Advinha Quem Está Falando”. Kirstie faz o papel da namorada de Luther e que, ao ser presa, atrapalhará os planos do vilão.


G.W. Bailey ficou conhecido por sua participação na franquia “Loucademia de Polícia” como o trapalhão capitão Harris. Para completar, temos o ator Stan Shaw que é um daqueles atores que costumamos dizer: "já vi esse ator em algum filme". Shaw é um bom ator, mas atua quase sempre em papeis coadjuvantes. Com esse curioso e eficiente elenco já seria um bom motivo para darmos uma conferida no filme. Mas afinal o que leva Runaway  a ser um filme que vale a pena ser assistido? Basicamente curiosidade e saudosismo. A ideia de uma sociedade em comunhão com algumas máquinas que, ocasionalmente, se rebelam é até interessante. Há uma certa (boa) inocência em não mostrar muita violência (comparado aos padrões atuais). Há também aquele clima de  romance entre o tímido policial e a bela recruta, onde sabemos como terminará. Gene Simons alterna muito sua atuação, tendo momentos de falas mecânicas e outras com boa desenvoltura em cena. Os críticos e fãs aprovaram. A ideia de ter uma força policial para resolver problemas de "máquinas rebeldes" ficou meio forçosa demais. Tem até uma vidente (!!??), com a famosa bala na mão, fazendo revelações sobre karmas existenciais.


O filme foi escrito e dirigido por  Michael Crichton (1942–2008), diretor que vinha do interessante "Coma" (1978) e autor do livro e coroteirista do sucesso “O Parque dos Dinossauros” (1993). Crichton até  conseguiu manter o interesse do filme, tendo algumas deslizes na questão das tarântulas mecânicas a serviço de Luther para praticar seus crimes (muitas vezes parecem mais carrapatos). Percebe-se que os atores seguram contra si as criaturas mecânicas e depois há o close com uns efeitos que não assustavam na época, mas que a maioria se lembra exatamente dessas pequenas máquinas, além claro,  da famosa bala que segue a vítima (!!??). Alias, a explicação do porquê tal façanha acontece, é um ponto fraco do filme. Há toda uma investigação e demonstração de que os policiais são experts em sistemas informatizados para informar o espectador acerca do mistério, porém este provavelmente terá descoberto bem antes pela obviedade do contexto.


Runaway pode ser uma diversão descompromissada para aqueles que gostam de rever esses bons atores ou para aqueles que compareceram aos cinemas na época e gostaram dos  computadores monocromáticos e chips gigantes da época. Hoje parece uma grande bobagem, mas pode ser revisto sem grandes expectativas.


Não é o melhor de Tom Selleck e dos  outros atores. Foi um filme lançado sem grande compromisso e assim se tornou ao longo dos anos. Se Michael Crichton queria antecipar um futuro que considerava próximo, positivista, se distanciando de futuros pessimistas como "Blade Runner" e "Fuga de Nova York" poderia ter entregue um projeto mais ambicioso. Mesmo que o filme seja uma produção mediana, ainda tem o seu charme. 



Trailer: 





Curiosidades:
A atriz canadense Anne-Marie Martin casou-se com o diretor  Michael Crichton  em 1987, Anne aparece nas cenas em que Luther confronta Jack e Thompson e no diálogo com o guarda na delegacia. Anne também ficou famosa ao atuar no seriado "Na Mira do Tira" (Sledge Hammer !) e esteve no telefilme "Dr Estranho" da Marvel, de 1978, que será  lançado este ano em sua versão cinematográfica. Foi co-autora, junto com Crichton, do sucesso “Twister”. "Na Mira do Tira" foi sua última atuação no meio artístico. Divorciou-se de Crichton em 2003.



Existe um vídeo de Anne-Marie Martin para o teste em "Guerra nas Estrelas", onde tentou o papel da princesa Lea e utilizava o nome artístico de  Eddie Benton (Edmonda Benton, nome real). Abaixo o link (em inglês):


Anne Marie Martin no seriado "Na Mira do Tira" (Sledge Hammer !) ao lado de David Rasche {A Revanche Final (1989) e Olhos Azuis (2009)}




O ator Michael Paul Chan (“Um Dia de Fúria”, e do seriado "Divisão Criminal") faz uma rápida aparição como o segurança de uma empresa.



A atriz  Marilyn Schreffler (1945–1988), que faz a voz do robô Louis faleceria quatro anos depois, aos 42 anos, de câncer no fígado. Sua voz foi muito utilizada nos desenhos da Hanna Barbera, na versão original, americana.  


Gene Simons (KISS):

 

 Cynthia Rhodes no Clip do Bee Gees " Woman  in You":




 Tom Selleck em "Magnum":






Cartaz:




Filmografia Parcial:

Tom Selleck

 




 
Coma (1978); Na Rota do Oriente (1983); Lassiter - Um Ladrão Quase Perfeito (1984); Runaway - Fora de Controle (1984); Três Solteirões e um Bebê (1987); Adorável Sedutora (1989); A Revanche Final (1989); Três Solteirões e uma Pequena Dama (1990); Cristóvão Colombo: A Aventura do Descobrimento (1992); Será Que Ele É? (1997); Crimes no Paraíso (2005); Crimes no Paraíso: Travessia Noturna (2006); Crimes No Paraíso 2 (2006); Jesse Stone: Tempo de Despertar (2007); Jesse Stone: Gelo Fino (2009); Jesse Stone: Sem Remorso (2010); Jesse Stone: Inocentes Perdidos (2011); Jesse Stone: O Benefício da Dúvida (2012); Jesse Stone: Perdidos no Paraíso (2015)

Cynthia Rhodes
 

 







Flashdance: Em Ritmo de Embalo (1983); Os Embalos de Sábado Continuam (1983); Runaway - Fora de Controle (1984); Dirty Dancing: Ritmo Quente (1987); Olho de Cristal (1991).

Gene Simmons
 

 







KISS Meets the Phantom of the Park (1978); Runaway - Fora de Controle (1984); Heavy Metal do Horror (1986); Exterminador Implacável (1987); Detroit a Cidade do Rock (1999); Be Cool: O Outro Nome do Jogo (2005); Maré de Azar (2009).

Kirstie Alley
 

 







Jornada nas Estrelas II - A Ira de Khan (1982); Visão Fatal (1984); Runaway - Fora de Controle (1984); Curso de Férias (1987); Atirando Para Matar (1988); Olha Quem Está Falando (1989); A Casa Maluca (1990); Tem um Morto ao Meu Lado (1990); Olha Quem Está Falando Também (1990);  Olha quem está falando agora! (1993); Cheers (seriado 1983 -1993); Prisioneiro do Silêncio (1994); A Cidade dos Amaldiçoados (1995);  As Namoradas do Papai (1995); Legítima Defesa (1996); Desconstruindo Harry (1997); Lindas de Morrer (1999); Veronica's Closet (seriado 1997-2000); Profoundly Normal (2003); Fat Actress (seriado 2005); Write & Wrong (2007); The Minister of Divine (2007); Tráfico de Bebês (2013);  Kirstie (seriado 2013-2014); Amor por Acidente (2015);  Scream Queens (2016); Você não pode levar a minha filha (2020).

Stan Shaw
 










Rocky: Um Lutador (1976); Os Rapazes da Companhia C (1978); Sede de Triunfo (1983); Runaway - Fora de Controle (1984); O Gladiador das Ruas (1986); Os Donos da Noite (1989); Instinto Fatal (1990); Tomates Verdes Fritos (1991); Corpo em Evidência (1993); Sol Nascente (1993); A Ilha da Garganta Cortada (1995); Daylight (1996); Olhos de Serpente (1998); Cassidy Way (2016).